Sexta, 19 Abril 2024

“... a história que tenho escrito traz as marcas, antecedentes, convicções e experiências de vida de um homem de minha idade”
Eric Hobsbawn, em 1997

Em homenagem ao historiador que foi uma das principais testemunhas do breve século XX, frases e parágrafos que li com entusiasmo em seus livros:

A história de baixo para cima
Ensaio do livro “Sobre História”

“Em geral, não existe material algum até que nossas perguntas o tenham revelado”, p. 220.

“Mas a modéstia não é uma virtude desprezível. É importante nos lembrarmos de vez em quando que não sabemos todas as respostas sobre a sociedade e que o processo de descobri-las não é simples”, p. 231.

Pessoas extraordinárias: resistência, rebelião e jazz

“Minha questão diz respeito, antes, a que, coletivamente, se não como indivíduos, esses homens e mulheres são os principais atores da história. O que realizam e pensam faz a diferença. Pode mudar, e mudou, a cultura e o perfil da história, e mais do nunca no século XX. Esta é a razão por que dei o título a um livro sobre pessoas, tradicionalmente conhecidas como ‘pessoas comuns’, de Pessoas Extraordinárias”, prefácio, pp. 8-9.

A Era dos Extremos: o breve século XX

“... as duas guerras (...) podem ser vistas na perspectiva do historiador como um único processo” .

“Na verdade, minha experiência como jornalista ocasional em pesquisas neste ou naquele país, sobretudo da América Latina, tem sido a de que em geral as entrevistas com presidentes ou outros tomadores de decisão não são compensadoras, pela razão óbvia de que a maior parte do que essas pessoas dizem é para registro público. As pessoas que nos esclarecem de fato são as que podem — ou querem — falar livremente, de preferência quando não têm responsabilidade por grandes questões”.

“A destruição do passado — ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas — é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século xx. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tomam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio. Por esse mesmo motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores”.

Referências
Eric Hobsbawn. Pessoas extraordinárias: resistência, rebelião e jazz. Tradução Irene Hirsch e Lólio Lourenço de Oliveira. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

Eric Hobsbawn. Sobre história: Ensaios. Tradução Cid Knipel Moreira. São Paulo Companhia das Letas, 1998.
 
Eric Hobsbawn. Era dos Extremos: o Breve Século XX: 1914 – 1991. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

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