Quinta, 25 Abril 2024

Alessandro Atanes

Jornalista e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Servidor público de Cubatão, atua na assessoria de imprensa da prefeitura do município.

Em entrevistas e nos seus ensaios literários, Ricardo Piglia sustenta que o gênero policial ganha escritores e leitores ao longo do século XX por traduzir e projetar as tensões políticas e de busca pelo poder nas sociedades. Se essas tensões pudessem ser medidas como terremotos, o negócio do crime seria onde a terra racha. A linguagem do crime mostra que só recebe atenção quem fala em tom ameaçador. Essa linguagem de força falada tanto por autoridades como por transgressores tem também suas contraposições: a linguagem jornalística, que seleciona os discursos para o consumo da informação, e a linguagem literária, pela qual Ricardo Piglia recria, confronta e concilia as duas anteriores em Dinheiro Queimado, obra criada a partir da leitura de uma nota de jornal sobre o assalto ao carro forte da prefeitura de San Fernando em 1965, não mais importante que qualquer nota colhida no noticiário nos últimos dias.

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Os livros contam mais do que as histórias que lemos em suas páginas. Ficcionais ou reais, tanto faz. Há uma série de elementos que podem ser lidos como documentos que contam a história do momento da publicação desses objetos: são eles as orelhas, os prefácios, textos de apresentação, o local em que a obra foi publicada e até as imagens da capa. É o que Umberto Eco chama de paratexto, isto é, tudo aquilo que faz parte do livro, mas não faz parte da obra.

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O Porto Literário da semana passada tratou do lançamento de Braz Cubas: homenagem a uma vida, do historiador Waldir Rueda. Mostrou-se um pouco do que o Waldir nos traz sobre a idéia e a construção do monumento. Hoje vamos explorar a reconstituição que o autor faz dos eventos que antecederam e culminaram em 26 de janeiro de 1908, dia da inauguração do monumento em homenagem ao fundador da Vila de Santos.

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“Santos agora tem certidão de nascimento e atestado de paternidade”. Ouvi essa frase do escritor Flávio Viegas Amoreira em conversa sobre Braz Cubas: homenagem a uma vida, do historiador Waldir Rueda, lançado em 25 de janeiro no Centro Português.

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A frase acima, de marcação acirrada, se parece com as indicações de cenas de um roteiro cinematográfico. Mas na verdade, este é o verso inicial de Fugindo ao cativeiro, poema já centenário de Vicente de Carvalho, incluído no volume Poemas e Canções (1908).

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