Quinta, 25 Abril 2024

O ano de 2010 para os brasileiros foi marcado por um grande acontecimento: as eleições presidenciais. Depois de oito anos de Governo Lula, escolheríamos ou mudar os rumos do País ou continuarmos na mesma toada levada nestes oito anos. Para isto, os candidatos utilizaram inúmeros elementos de persuasão do eleitorado. Entre eles, o corrente discurso do crescimento da classe média brasileira e a diminuição do número de pessoas na faixa da pobreza, ou mais precisamente, nas classes D e E.

Tal discurso pautava-se na quantidade de pessoas cujo rendimento médio mensal subiu para além de R$ 1.500,00 e que, em consequência disso, aumentaram o poder de consumo, impulsionando o mercado de bens duráveis. Como já dissemos nesta coluna, a classe social não se resume a renda e consumo, ela está para além disso.

É o que nos mostra Jessé Souza em seu mais recente livro, Os Batalhadores Brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora?. Em pesquisa realizada entre os anos de 2009 e 2010, Jessé Souza nos leva a considerar que a nova classe média brasileira carrega as agruras e a cultura da classe trabalhadora, visto que ela não se encaixava no perfil da tradicional classe trabalhadora, mas do que ele mesmo caracterizou como ralé brasileira. Uma classe desprovida de toda e qualquer capacidade de transformação, estruturada pela desestruturação da família e da vida social. Entretanto, esta ralé brasileira, como coloca Mangabeira Unger no prefácio do livro, por “alguma combinação de vontade individual, de graça dada por outra pessoa (...), e até sorte, reagiram” (UNGER, 2010, p. 15)

A leitura do livro de Jessé Souza torna-se indispensável para compreendermos os caminhos que a sociedade brasileira vem trilhando a partir de um fenômeno típico da sociedade brasileira, a miséria, a qual foi levada tantas vezes e que dela surge e transforma sua vida de batalha em uma vida de vitória.

Referência bibliográfica
UNGER, Roberto Magabeira. Prefácio. In SOUZA, Jessé. Os Batalhadores Brasileiros: Nova classe média ou nova classe trabalhadora?. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

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