Quinta, 28 Março 2024

Ao embarcarmos em aviões no passado, notava-se que eles tinham nomes. A prática tem a idade da aviação – mais de 100 anos. Assim como acontecia com os navios, essa prática permitia distinguir uma aeronave da outra, além de homenagear ou identificar certa companhia aérea.

A Varig, por exemplo, batizou o seu primeiro avião de Atlântico e o segundo de Gaúcho. Seguido de outros nomes como Livramento, Minuano e Chuí. Essa tradição da Varig encerrou-se nos anos 1940.


Cartão-postal da antiga cia. aérea Cruzeiro do Sul, que batizava seus aviões com nomes indígenas

Já a extinta Panair do Brasil usava nome de bandeirantes: Bartolomeu Bueno da Silva e Domingos Jorge Velho, entre outros.

Uma outra empresa que deixou seu nome gravado na aviação brasileira, a Cruzeiro do Sul usava palavras indígenas como Taquari, Guarany ou Abaitará. Mais tarde os seus modelos Convair 340 faziam referências as estrelas como Canopus, Betelguese e Procion.


Constellation da Panair do Brasil, que utilizava nomes de bandeirantes nas aeronaves

Na Europa, a prática persiste até hoje. A Lufthansa usa nomes de cidades ou estados alemães. A Alitalia presta homenagem a compositores eruditos europeus, como Lizst, Mozarat e Bach nos seus A320.

Recentemente lembrei de uma viagem feita por meus falecidos tios Elza e Pedro Mesquita a bordo de um Constellation da Panair do Brasil, com destino à Lisboa, em dezembro de 1953. A família foi em comitiva para o Aeroporto do Galeão, hoje rebatizado de Tom Jobim, para o bota fora. O nome da aeronave era Domingos Jorge Velho.


Cartão-postal exibindo um Electra II da Varig e um Samurai (fabricação japonesa) da Vasp.
A Varig usava nome de localidades do Rio Grande do Sul em seus aviões, na década de 1940

Somado a isso, durante vôo de São Paulo para o Rio de Janeiro na semana que passou, a bordo de um jato da Embraer da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, deparei-me com um exemplar da Azul Magazine, a qual trazia um artigo de Gianfranco ‘Panda’ Beting, diretor de comunicação e Marca da Azul, que contava que nos primódios quase todos os aviões comerciais eram batizados, assim como os barcos.

O interessante artigo conta que a Azul resgatou essa antiga tradição e nas suas 124 aeronaves têm nomes como: Azul da Cor do Mar, Azul de Norte a Sul, Azulzinho. Recentemente passou a celebrar grandes artistas de nossa música; o Azul 2222 é um tributo ao Gilberto Gil. João Bosco é Azul e Daniela Mercury é Azul dispensam comentários. Outros músicos vão ser homenageados em novos aviões.

Essa tradição, continua viva na marcante Azul.


Postal publicitário da Panair do Brasil dos anos 1950


Publicidade da Panair, com um Bandeirante chegando ao Rio

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