Quinta, 28 Março 2024

Caros leitores,

Nos próximos artigos, iremos falar dos portos marítimos e hoje começaremos pelo Porto de Le Havre, que é o principal porto francês na fachada do Oceano Atlântico.


Histórico

Mapa antigo do Porto de Havre de Grace

 

         Havre em francês significa pequeno porto bem abrigado e em francês arcaico, porto de mar. Traduzindo para o português seria angra. Criado em 1517, pelo Rei François I, Havre de Grace, começou como porto antes de ser uma cidade, aproveitando sua posição estratégica na foz do Rio Sena.

         Após as guerras de 1870-71 e 1914-18, o porto de Le Havre recebeu diversos melhoramentos. Entretanto foi quase que completamente destruído durante a 2ª Guerra Mundial. Sua reconstrução durou aproximadamente 20 anos e somente em 1964 foi completada. Uma vez reconstruído, o porto empreendeu uma nova fase de crescimento que mantém até hoje, tendo se especializado principalmente na movimentação de contêineres, graneis, combustíveis e passageiros.

 

Importância do porto e sua posição geográfica

 

          Situado numa posição privilegiada na entrada do estuário do Sena, é o primeiro porto a ser atingido pelos navios que se destinam ao norte da Europa, sendo freqüentado por mais de 200 linhas marítimas regulares que o colocam em contato com mais de 530 portos do mundo inteiro.

Vista aérea do estuário do Rio Sena: a cidade e o porto de Le Havre

 

           Como ressaltamos no artigo anterior, o Rio Sena corre para o noroeste em direção ao Canal da Mancha, e seus principais portos fluviais são: Rouen, Paris, Honfleur, Elbeuf, Limay, Conflans de Saint-Honorine, Genevilliers, Meaux, Bonneuil, Evry/Corbeil, Montargis, Briare, Auxerre, Nogent/Seine, Auxerre e Montereau, condição que dá ao Porto de Le Havre um grande interland atendido por hidrovia.

           As marés ao longo do Canal da Mancha são fortes chegando a desníveis da ordem de 8 a 9 metros. Essa grande variação dificulta as obras e as operações portuárias e exigiu que o porto fosse dividido em 2 setores: a bacia a nível constante e a bacia a nível variável. Para interligar os 2 setores foi construída a eclusa François I, a maior do mundo que permite a passagem de navios de até 200.000 toneladas, só relembrando, as eclusas do Canal do Panamá permitem a passagem de navios de 80.000 toneladas.

 

Eclusa François I com a ponte levantada
 

            A crise do petróleo, da década de 70, fez surgir os grandes petroleiros, cuja tonelagem ultrapassou as 500.000 toneladas, os ULCC-Ultra Large Crude Carrier. O Porto do Le Havre para receber esses gigantes dos mares, construiu no Canal da Mancha, em uma obra off-shore, o Terminal Petroleiro de Antifer que pode receber navios de até 750.000 toneladas.

 

Terminal de Antifer- Canal da Mancha

 

Referências bibliográficas:

L' Office National de la Navigation, La voie navigable: une voie d'avenir. Paris: Automedon, 1980. 56p.

Robin, C., Bergeaud, C. Le français par la méthode directe
– Deuxième livre. Paris: Librairie Hachette, 1951. 186p.

Henry, B.,Henry M. Voyageurs aux longs jours. Paris: Les Éditions Arthaud, 1982.21

Santos, S. dos. Porto de Le Havre. São Paulo: Marinha mercante em todo o mundo – O Estado de São Paulo, 11/08/1987.

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