Quinta, 28 Março 2024

"Quem conhece a História pátria sabe que hoje o Brasil sofre as consequências de uma opção equivocada tomada à época em que o País vivia a euforia do período democrático, ou seja, ao tempo do governo de Juscelino Kubitschek (1902-1976), que decorreu entre 1956 e 1961. Pressionado pelos interesses da indústria automobilística norte-americana, Kubitschek entendeu que, como ao tempo de Washington Luís (1869-1957), “governar seria abrir estradas”, optando por um único modal de transporte, o rodoviário." A digressão histórica é do presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço.

Logística tudo

Como o empresário salienta, abrir estradas era necessário, contudo, observa de forma perspicaz, não poderia ser "a única opção de desenvolvimento" do País. Já pós-1960 até os dias mais recentes, o que se viu foi a sucessão, segundo ele, de administrações federais que não deram a devida atenção às ferrovias. E o que se viu, lamenta, foi o "sucateamento de linhas férreas, de portos e aeroportos e, por fim, do próprio modal rodoviário, que para escapar do caos total teve de ser privatizado a um alto custo para a sociedade, como bem sabe quem é explorado pela sucessiva cobrança de pedágios nas rodovias brasileiras".

Leia também
Bolsonaro frente a uma nova abertura dos portos

A consequência, prossegue o empresário, daquela opção equivocada é que hoje "o preço do transporte rodoviário para Santos é de 25% a 40% mais caro do que para outros portos, que o importador/exportador tem de suportar porque aquele complexo portuário é o mais bem equipado do País, responsável por 27% do nosso comércio exterior. Para piorar, a demora para a liberação de um contêiner com produtos primários ou industrializados no porto de Santos, apesar dos avanços da informática, ainda está longe da média registrada em Roterdã, que é de dois dias".

Por isso, aponta:

"Para reduzir esses custos, há necessidade de se buscar cada vez mais soluções intermodais, com a utilização maior de ferrovias, do sistema hidroviário e da cabotagem. Para se ter uma ideia, o uso de ferrovias barateia em média 20% o custo do transporte. Já a cabotagem pode ser até 25% mais em conta que o modal rodoviário. Mas, por falta de infraestrutura, essas opções são hoje subutilizadas: o aéreo representa 5,8% no transporte de cargas, o ferroviário, 5,4%, e o hidroviário, 0,7%, conforme estudo da Fundação Dom Cabral. Obviamente, essas opções não invalidam o modal rodoviário, que hoje é a opção preferida por 76% das empresas. E continuará a ser de grande importância para a logística do País, desde que integrado em soluções intermodais."

Leia ainda
Ministério da Infraestrutura para destravar logística do País

Tal caminho, no entanto, "só será obtido com investimentos pesados na construção e modernização de ferrovias, de acessos a portos e aeroportos e de rodovias e com a ampliação da utilização dos sistemas hidroviário e de cabotagem, o que vem sendo adiado ano a ano por sucessivos governos". Lourenço está também um pouco desesperançoso: "E, no governo que se inicia dia 1º de janeiro de 2019, tudo indica que não será diferente."

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

Deixe sua opinião! Comente!
 

 

 

banner logistica e conhecimento portogente 2

EVP - Cursos online grátis
seta menuhome

Portopédia
seta menuhome

E-book
seta menuhome

Dragagem
seta menuhome

TCCs
seta menuhome
 
logo feira global20192
Negócios e Oportunidades    
imagem feira global home
Áreas Portuárias
seta menuhome

Comunidades Portuárias
seta menuhome

Condomínios Logísticos
seta menuhome

WebSummits
seta menuhome
 

 

 

ecoporto