Ricardo Sudahia, presidente da Bandeirantes Dragagem, vem fazendo um périplo pelos portos com seu curso Dragagem Marítima e Portuária, cujas aulas em Santos acontecem nos próximos dias 26 e 27. Assim, ele pretende transferir para os gestores e técnicos dos portos e das instituições que precisam de dragagem, sua experiência de 40 anos de vida empresarial, estratégica e técnica como engenheiro de dragagem.
Em sua entrevista ao Portogente, o especialista faz uma inquietante afirmação que merece a atenção e manifestação do ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Sudahia assegura que "o País já esteve atrasado em tecnologia de dragagem. Hoje, estamos muito pior. Regredimos!". Sob a ótica operacional, é impossível alcançar produtividade nos portos sem profundidades que garantam a escala do transporte marítimo.
Leia também
A dragagem e o Santos Export - III
A atividade portuária é essencial no processo de crescimento econômico, tanto no fomento de um comércio pujante quanto na atração de investimentos em infraestrutura. No entanto, o sistema centralizado na tomada de decisões dos portos brasileiros é incompativel com a agilidade e a confiabilidade exigidas pelo negócio portuário, que não atura desaforo.
O ministério dos Transportes já anunciou que ações vêm sendo tomadas para privatizar a manutenção das profundidades portuárias, a exemplo da concessão de rodovias. Trata-se de atender multiplos interesses, desde o aspecto tarifário, passando pela isonomia de atendimento, fiscalizaçao da qualidade dos serviços e da soberania nacional na prática da navegação. Para colaborar na transparência de uma definição que tem pressa, mas deve ser justa e competente, Portogente promove debate sobre o novo modelo com participações expressivas, na seção Dragagem Portuária.
Mais de 20 anos atrás, a privatização dos serviços para garantia profundidades portuárias com segurança foi proposta pela área de dragagem do Porto de Santos. Entretanto, a semente não encontrou solo fértil para vingar. Hoje, às múltiplas manifestações favoráveis à ideia sinalizam que a comunidade portuária acordou para garantir seu lugar ao sol no comércio marítimo. A ampliação do canal do Panamá é anúncio de novos tempos na escala de navegação com barcos maiores com mais carga.
