Quinta, 25 Abril 2024

O município de Cananéia, localizado no litoral extremo sul do Estado de São Paulo escreveu sua importância econômica nas páginas da história do Brasil. Além da polêmica que alimenta discussões entre historiadores ao longo dos séculos sobre a possibilidade de Cananéia ter sido a primeira cidade do País e não São Vicente.

 

Em 12 de Agosto de 1531 foi fundada a vila São João Batista de Cananéia, por Martim Afonso de Souza. Mas, isso é assunto para outra oportunidade.

 

Cananéia tornou-se um dos lugares mais importantes do Brasil, na primeira metade do século XVI. O ciclo da mineração, a cultura do arroz e a construção naval se transformaram em prosperidade para a região, cujos tempos áureos figuram nos séculos XVII e XVIII. O município chegou a ter 16 estaleiros.

 

Nos idos de 1800, os portos de Cananéia e Iguape tornaram-se um importante centro comercial na exportação de farinha, arroz e erva-mate. Porém, o século XIX não seria promissor para a atividade portuária local. A construção da ferrovia Sorocabana, no final do século, o aparecimento de plantações de café em outras regiões do Estado, a diminuição dos investimentos públicos no Vale do Ribeira, uma resolução do capitão da Capitania de São Paulo que obrigou toda embarcação a fazer escala no porto de Santos e o assoreamento da Barra do Icapara, resultaram na desativação dos portos de Iguape e Cananéia.

 

Saia de cena a exportação de grãos e ganhava vulto a pesca, cuja atividade iniciou em 1910. O mercado pesqueiro rapidamente tornou-se a principal fonte de economia e emprego da região, o que ocorre até os dias de hoje.

 


Com a formação de Parques Estaduais e Áreas de Proteção Ambiental nas décadas de 50 e 60, ficou impossível a implantação de indústrias no Vale do Ribeira. Então, os portos ficaram sendo o principal amparo de Cananéia e Iguape.

 

O Porto de Cananéia, outrora, acolheu naus, caravelas e navios de grande calado em suas navegações de cabotagem. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo/STO (CEAGESP), inaugurado em fins da década de 70, atendia a embarcações de três a quatro metros de calado que carregavam de trinta a cinquenta toneladas de pescado. Atualmente, os barcos são de pequeno calado (dois metros) suportando o máximo de 20 toneladas. Mesmo assim, só passam a Barra se a maré estiver cheia e a Barra Grande mansa.

 

Contudo, o comércio pesqueiro que teve seu apogeu em 1979, desembarcando até sete mil toneladas/ano, foi declinando gradativamente. Entre 1993 e 1994, a CEAGESP, desembarcava em torno de 457 t. e 388 t. Fatores como a revogação da Lei de obrigação de desembarques na CEAGESP, a pulverização dos pontos de desembarques no município, os quais não foram cobertos pelo controle de produção pesqueira do Instituto de Pesca e, por fim, a própria queda de produção neste período, de acordo com o IBAMA (1993), contribuíram para o enfraquecimento mercantil.

 

 

O comprometimento da infra-estrutura, com o assoreamento na entrada da barra que dá acesso ao porto, que foi se agravando entre 1993 e 1994, resultou na perda de grande parte da frota de Cananéia para outros pontos do País.


Com a inviabilização da barra os grandes barcos passaram a descarregar seu pescado em Santos (SP), Paranaguá (PR) ou São Francisco do Sul (SC). Itajaí  tornou-se o maior porto pesqueiro do País, pescando, em sua maioria, em águas paulistas. Guaratuba, no Paraná, pescando aqui principalmente o camarão, de duas empresas pesqueiras, passou atualmente a oito, um crescimento de quatrocentos por cento. Fazendo com que algumas famílias de pescadores de Cananéia se mudassem para lá.

 

O desassoreamento traria maior movimentação e variedade de produtos pesqueiros para o porto de Cananéia e geraria novos empregos diretos e indiretos.


Conforme o Histórico Pesqueiro da Região Estuarina Lagunar Cananéia-Iguape-Ilha Comprida, documento da Prefeitura de Cananéia, “a posição geográfica do município, faz com que exista um atrativo a mais para desembarcarem no porto, visto que fica mais próximo da fonte de escoamento da maioria da produção pesqueira brasileira, o CEAGESP-CEASA em São Paulo, diminuindo os custos de transporte e favorecendo tanto quem desembarca, como a região. Com o desassoreamento da Barra de Cananéia, a economia regional só teria a crescer, pois não só a demanda pesqueira fluiria de novo à Cananéia, como haveria investimentos em infra-estrutura comercial, marinas e ecoturismo, hoje a vocação da região. Paralelamente, haveria investimento em capacitação de mão-de-obra, um dos grandes fatores de desemprego regional”.

 

Para a Prefeitura o desassoreamento do canal de fluxo das embarcações, fortaleceria novamente a economia local. Porém, é necessário solucionar outra questão. A CEAGESP, encontra-se desativada, devido ao corte de fornecimento de água e luz, há dez meses. Ver matéria a seguir.

 

Clique aqui:
Atividades da CEAGESP estão paradas há dez meses

 

OBS.: Informações e fotos gentilmente cedidas pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cananéia.

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