Quinta, 28 Março 2024

Foram 12 anos, três meses e sete dias até a inauguração do Museu Marítimo de Santos. Há menos de um mês em funcionamento, a nova atração turística e cultural da Cidade reúne parte do acervo do ex-Museu Histórico Naval de São Vicente, que funcionou até janeiro de 1979. Depois da morte do seu idealizador, o engenheiro e pesquisador suíço Carlos Alfredo Hablitzel, o Museu do Mar recebeu da família parte do acervo.

 

O investimento na construção foi alto. Sem o apoio de órgãos públicos, o biólogo marinho e presidente do Museu do Mar, Luiz Alonso Ferreira, lutou e trabalhou muito para colocar a obra em funcionamento. O resultado compensou qualquer mau tempo.

 

O novo prédio ficou atrativo e aconchegante. De longe a casa amarela chama a atenção de quem passa. Com bandeiras de navios e um boneco de pirata colorido, a entrada é um convite a uma viagem ao fundo do mar.

 

Ao adentrar o museu, o público começa a sentir a realidade vivida pelos marinheiros e piratas dos séculos passados. Ao som de shanties songs (canções de piratas), o turista mergulha no clima das antigas naus. As músicas, de mais de um século, são cantadas por piratas e ditam o ritmo do trabalho que eles realizavam içando as velas.

 

No andar térreo, o visitante que chega ao Museu Marítimo recebe as boas-vindas do capitão do navio Titanic. Materiais de origem arqueológica marinha podem ser vistos logo na entrada. São peças resgatadas em naufrágios desde o século XXVII até os dias atuais. Na parte inferior do museu estão expostos, principalmente, os equipamentos antigos de mergulho.

 

O que mais chama a atenção é um escafandro inglês Siebe Gormam completo utilizado na década de 50 no resgate de peças arqueológicas de um navio pirata francês naufragado em Paranaguá, em 1718. O antigo equipamento de mergulho foi fabricado em 1910 e pesa mais de 100 quilos. Só o capacete pesa sete e cada bota 12 quilos.

 

Algo muito interessante e bonito são as mais de 70 bóias de vidro decorativas confeccionadas no Japão à sopro, com canudos de bambu, há mais de 50 anos.

 

O mais famoso naufrágio ocorrido em Ilha Bela no ano de 1916, o do transatlântico espanhol Príncipe de Astúrias, também foi retratado por Hablitze. No Museu, além do quadro, o público pode ver peças da embarcação como pratarias, travessas, luminárias e garrafas de uísque.

 

Subindo as escadas, sob o olhar atento de mais um temível pirata, encontram-se as maquetes de embarcações antigas e atuais, o que dá ao visitante a idéia de como os homens conquistaram os oceanos.

 

No andar superior há, ainda, várias outras atrações para o público. Vinte e cinco quadros e painéis de embarcações e naufrágios ocorridos na costa brasileira pintados por Hablitze, entre eles, o da primeira batalha naval na baía de Santos, em 1580. Louças de companhias de navegação (como a extinta Lloyd Brasileiro) também fazem os visitantes ficarem encantados e voltar ao passado com tamanha riqueza de detalhes.

 

A grande estrela do ambiente é a maquete do navio alemão Windhuk, que significa “campo do mar”, construída por um ex-tripulante. Aliás, dos mais de 200, sete ainda estão vivos. Pelo menos uma vez ao ano eles fazem questão de se reencontrar. O navio de passageiros e carga era o orgulho da marinha alemã quando entrou no Porto de Santos no ano de 1939.

 

A peça mais antiga do Museu Marítimo trata-se de um prato e uma botija do navio Galeão Sacramento, que afundou na Bahia em 1668. As famosas garrafas de rum dos piratas do século XXVIII, frascos de remédios e perfumes, louças e utensílios domésticos utilizados em Santos em meados do século XIX e que foram transportados por navios a vela e a vapor, também fazem parte do acervo.

 

Há 21 anos dirigindo o Museu do Mar, o biólogo Luiz Alonso explica que “o objetivo do novo museu é resgatar um pouco da memória marítima da Ponta da Praia, em Santos, um bairro tipicamente pesqueiro”. Ele acredita que o comportamento da população está se transformando. “A gente nota que as pessoas estão procurando mais pelos museus. As crianças vêm e gostam. Em outros países visitar museus já faz parte da cultura local. Aqui a gente fica muito preocupado com o futuro do museu por parte dos órgãos públicos que não nos oferecem muito apoio”, conta.

 

Neste mês de janeiro, o visitante tem a opção de adquirir um passaporte que lhe dá o direito de conhecer o Museu do Mar e o Museu Marítimo.

 

Serviço – O Museu Marítimo fica na Rua Gov. Fernando Costa, 343, na Ponta da Praia, em Santos.
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