Sábado, 20 Abril 2024

Ricardo Oliveira é professor de pós-graduação e empreendedor na área de conteúdo digital

Foi um ano e tanto para o conteúdo esse tal de 2017. O marketing de influência se estabeleceu com força e os creators assumiram papéis novos no mercado. Os podcasts começaram a sair da redoma do nicho tech-cultura-humor e chegaram aos empreendedores, como o Café com Adm e o GVCast. Youtubers brasileiros ganharam ainda mais visibilidade, alcançando marcas relevantes até internacionalmente. Mas para onde a gente pode olhar e visualizar tendências relevantes?

1. Conteúdo se torna a base sólida de conexão para marcas

Pode parecer estranho falar sobre isso quando já estamos na era das mídias sociais há praticamente dez anos. Mas é importante entender a diferença entre uma empresa que adota mídias sociais como uma estratégia de marketing e marcas que tratam conteúdo como algo intrínseco ao que são. Esta é a forma mais eficiente de manter contato constante com seu público para atingir os diversos objetivos da marca. Isso reformula a própria noção de branded content.

Tratar o conteúdo como cultura na empresa pode mudar tudo e afeta até a dinâmica interna com seus colaboradores, sejam do marketing ou não. É possível transformar a divulgação de processos internos em conteúdo para fornecedores e fazer um marketing B2B melhor; é viável fazer making of de lançamentos de produtos e fazer grupos focais em redes de nicho com conteúdo criativo de bastidores. Tudo pode ser conteúdo, desde que com a visão certa.

2. Micro-momentos

Expressão introduzida pelo Google, a ideia de micro-momentos reflete a categorização de hábitos de busca que já temos há tempos, mas até então seriam pouco ou nada explorados nessa perspectiva. A ideia básica é de que micro-momentos são as situações em que, para resolver um determinado problema, fazemos buscas pelo smartphone.

Assim, quando você precisa consertar a pia, vive-se um momento “eu quero fazer”; quando está procurando um lugar pra comer perto de você, está vivendo o momento “eu quero ir”; quando quer saber quem venceu o Campeonato Brasileiro de 1980, está vivendo o momento “eu quero saber”, e quando está à procura dos preços de um produto específico, está vivendo o momento “eu quero comprar”.

Esta perspectiva reformula nosso modo de pensar títulos em blogs, vídeos do YouTube, páginas e descrições de produtos ou a presença do seu restaurante no Trip Advisor. E, a partir desses conteúdos, conectá-los ao público de forma mais direta nas buscas e, claro, Google Adwords.

3. Mecenato Digital

Um dos cases mais impressionantes de 2017 entre os criadores de conteúdo foi com o canal Pipoca & Nanquim no Youtube. Produzindo vídeos desde 2009, o trio de editores de HQs resolveu lançar sua própria editora no último ano. Colocaram na praça livros impecáveis e, firmando parcerias diretas com a Amazon, conseguiram o feito de suas publicações serem bestsellers do e-commerce em várias promoções. A mais recente, Conan - O Bárbaro, está entre os 20 livros mais vendidos do país segundo a Veja. E em que isso é uma tendência?

Todas estas conquistas do P&N são com um canal de 100 mil inscritos. O que fez a diferença foi a fidelidade e relacionamento direto e honesto com seus seguidores. Quando soma-se uma experiência como essa ao fato de que cada vez mais artistas independentes lançam livros e HQs via financiamento coletivo, surge um novo processo de Mecenato Digital.

Mais creators têm utilizado a plataforma nacional Apoia.se (um equivalente do gringo Patreon) e seu público mais fiel participa diretamente do financiamento dos projetos. O que pode mudar em 2018 é o surgimento de novas modalidades de captação de recursos. Um creator já estabelecido pode, por exemplo, financiar coletivamente apenas uma nova série de vídeos em seu canal, um novo projeto de cursos, podcasts, livros, etc. A cultura de mecenato está mais forte no Brasil e é um momento importante para o criador de conteúdo estabelecer novas formas de capitalizar seus projetos e ter retorno.

Muitas outras tendências estão fortes para os próximos anos no mundo do conteúdo, como a realidade virtual, a chegada de mais produtos de Internet das Coisas no Brasil e a força que novas redes como o Musical.ly podem alcançar. Essas são minhas apostas - menos ligadas a plataformas e mais a novos hábitos. Quais as suas?

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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