Sexta, 29 Março 2024

* enviada especial à Operação Unitas

 

O segundo dia de comissão começou com o exercício de reabastecimento com simulação de ameaça aérea. O navio-tanque espanhol Marqués De La Enseñada deveria fornecer combustível para a fragata Rademaker sob um iminente ataque aéreo. Acompanhamos toda o evento do passadiço e da área externa, localizada no convés 2. Logo cedo, por volta das 7 horas, os oficiais de serviço se preparavam para o evento. Para nós, civis, ainda havia muito que decifrar. Na verdade, até agora, não sei bem como eles se entendem...

 

Praticamente toda a comunicação é feita em códigos através de siglas ou palavras-chave. A comunicação entre os navios é feita em inglês. É preciso muita atenção para não ocorrer falha na interpretação dos dados. Uma palavra mal entendida pode comprometer todo o exercício. O impressionante é observar como todos ficam concentrados no que estão fazendo. Raras vezes desviam o olhar de seus instrumentos ou do foco em questão, um navio, helicóptero.

 

O comandante Newton transmite a sua equipe a tranqüilidade adquirida ao longo dos anos. Realmente não se pode negar a sabedoria conquistada com muita disciplina e dedicação ao trabalho. A sua ordem é clara, objetiva e precisa. Quem a recebe, imediatamente, a repete com o intuito de confirmar a execução. Absolutamente tudo é controlado e está sob o domínio do comandante. Concordamos que o sucesso de um exercício é resultado do trabalho de toda a equipe. Mas reger todos os movimentos até se obter a harmonia... é tarefa primorosa.

 

Do lado de fora, além do comandante ordenando pelo rádio, a equipe de sinaleiros está pronta para o exercício. É uma operação de risco. Os navios devem continuar navegando e, simultaneamente, executar o exercício. Precisão é essencial para se alcançar o resultado esperado.

 

À distância de 100 pés (aproximadamente 33 metros) e com velocidade variando de 10 a 12 nós (cerca de 20 a 24 km/h), o navio-tanque lança um cabo (guia) em direção a Rademaker e, em seguida, o mangote é estendido até a fragata brasileira para a transferência do óleo. Durante toda a operação, a equipe de sinaleiros se comunica com a tripulação do outro navio. Pelos sinais é possível saber se o momento é de parar, seguir ou se houve qualquer imprevisto no decorrer da faina, ou seja, do trabalho. Quando tudo é concluído, é costume do navio recebedor içar uma "bandeira de faina" e tocar uma música típica de seu país. Os comandantes se cumprimentam e os navios seguem viagem.

 

O exercício ainda não terminara por completo. Era preciso ficar atento às ameaças aéreas...

 

Enquanto isso tivemos o grato convite de almoçar com o comandante. Privilégio concedido a poucos civis e militares. À mesa, além da presença do comandante Newton, a companhia agradável do capitão-de-mar e guerra Randolfo Eimar Cordeiro Bezerra. Comandante da reserva da Marinha, depois de décadas em atividade no mar, hoje leciona para os jovens marinheiros. De vez em quando, acompanha uma comissão para matar a saudade. Felicidade a nossa...

 

Como tudo na Marinha é baseado em hierarquia e disciplina, a hora do almoço não é diferente. Fomos servidos por um praça treinadíssimo (todas as regras de etiqueta seguidas à risca) e com melhores habilidades do que de muitas mulheres. Quem começa a saborear o prato primeiro, claro, é o comandante.

 

Conversa leve, afinal, era o segundo dia de comissão. Observar e conhecer o inimigo fazia parte do jogo... Nem sempre todos os jornalistas são bem intencionados... Brincadeiras, à parte, o almoço foi uma ótima oportunidade de conhecer ainda mais a realidade da Marinha, e especialmente, como vivem os homens do mar. Relatos interessantes e preciosos.

 

Após o almoço continuamos a acompanhar o exercício... Tivemos a ameaça aérea de um helicóptero Caça contra um dos navios da comissão, denominado como de maior valor.

 

A pergunta a esta altura do dia era uma só: como será que todas essas ameaças aéreas e de superfície são detectadas previamente? Onde estão todos os aparelhos, sensores e equipamentos capazes de rastrear e encontrar o inimigo com a devida antecedência? Deve haver um centro de inteligência nesse navio...

 

Semana que vem eu conto.

 

Veja o que já foi publicado:

Diário de Bordo #1

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