Terça, 30 Abril 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos do uso do contêiner para o transporte de carga na ferrovia

 

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A carga geral em contêiner, praticamente não existia na ferrovia brasileira até a década passada. Menos de 3,5 mil TEU (unidade equivalente ao contêiner de 20 pés) foram transportados durante o ano de 1997, o primeiro da privatização da operação ferroviária.

 

Rotas

Transit Time

Frequência

Capacidade

Baixada Santista/Jundiaí

10 hs.

Seg.a sex.

70 teus/sentido

Baixada Santista/Campinas

14 hs.

Seg.a sex.

70 teus/sentido

Baixada Santista/Paulínia

18 hs.

Seg.a sex.

70 teus/sentido

Baixada Santista/Caçapava

14 hs.

Dom. a qua.

80 teus/sentido

Baixada Santista/Caçapava

Guaratinguetá

20 hs.

Dom. a qua

80 teus/sentido

Rio de Janeiro/Juiz de Fora

12,5hs.

Seg.a sex.

44 teus

Rio /Juiz de Fora/Belo Horizonte

27 hs.

Seg.a sex.

30 teus

 

Trens expressos de contêineres na MRS em 2003

 

Durante esses 10 anos, nos vários serviços de trens expressos de contêineres começaram a circular nas diversas concessionárias, e de acordo com as estatísticas da Revista Ferroviária, em 2002, ultrapassou a marca de 100 mil unidades de 20 pés.

 

Fonte: ANTF

 

Em 2006, de acordo com as estatísticas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o volume de contêineres ultrapassou os 205 mil TEUs. Entretanto esse volume é pequeno e representou apenas 2 % do total de carga geral movimentado pelas ferrovias brasileiras, que atingiu 100,6 milhões de toneladas em 2006.

 

Fonte: ANTF

 

A interiorização do contêiner, uso doméstico no transporte integrado, esbarra na escassez de contêiner tanto no comércio internacional como na cabotagem. A expansão comercial da China, os fluxos desbalanceados entre exportação e importação e a posição geográfica no Brasil, fora das grandes rotas de navegação, são os principais fatores da falta de contêineres no Brasil, relatou Ildefonso Cortês na sua apresentação “Indústria de Construção Naval Brasileira”, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES , Sinaval, 2004.

 

O mesmo problema, de desbalanceamento dos fluxos de cargas, ocorre entre as regiões do Brasil. Para produtos de alto valor agregado, 3 de cada 4 toneladas transportadas, 75 %, circulam entre as regiões sudeste e sul, segundo estudos da Universidade Federal de Santa Catarina. As outras regiões, centro-oeste, norte e nordeste respondem apenas por 25%.

 

 

 

No Brasil, a falta de um único responsável pelo transporte multimodal, também retardou a pratica do transporte integrado devido a não regulamentação dessa atividade. Somente em dezembro de 2003, a regulamentação foi editada pela ANTT, que possibilitou finalmente, o transporte multimodal, com a criação da figura do Operador de Transporte Multimodal (OTM).

 

Nos Estados Unidos, desde a desregulamentação do setor ferroviário de 1980, as ferrovias têm melhorado muito a integração modal. Os trens operam de acordo com horários, mas as partidas dos trens têm menor freqüência do que os transportadores rodoviários. O uso de equipamentos multimodais pode neutralizar essa desvantagem. O serviço de reboque-sobre-vagão (TOFC – trailer on flat car, piggy-back, auto-trem) ou contêiner-sobre-vagão (COFC- container on flatcar), pode oferecer a economia do transporte ferroviário combinada com a flexibilidade do caminhão.

 

TOFC – trailer on flat car (reboque em vagão plataforma)

 

Em 2006, segundo a Association of American Railroads, foram carregados nas ferrovias americanas 9,5 milhões de contêineres e 3,0 milhões de trailers (TOFC), totalizando 12,5 milhões de unidades multimodais. Além do serviço expresso doméstico a ferrovia americana faz também a ligação dos portos da Costa Leste com a Costa Oeste, transportando os contêineres da rota Europa-Ásia com uma alternativa as diversas rotas marítimas via Canal do Panamá, América do Sul ou África.

 

 

Referências bibliográficas:

BALLOU, Ronal H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed, São Paulo: Bookman, 2001. 532 p.

 

Association of American Railroads: <http//www.aar.org>.

 

 

 

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.

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