Quinta, 25 Abril 2024

O professor universitário e coordenador do curso de Gestão Portuária da Faculdade Metropolitana da Grande Recife, Fredy Carneiro, conversou com PortoGente sobre a expansão dos portos de Pernambuco e o cuidado dos complexos de Recife e Suape com a questão ambiental. Além disso, Carneiro confirmou que o curso do qual participa na Faculdade Metropolitana é o único do tipo no Norte e no Nordeste do País, o que dificulta a formação de profissionais capacitados para ajudar a desenvolver a atividade portuária nestas duas regiões. 

 

PortoGente - Um estudo da Antaq apontou Recife como um dos melhores portos do País em questões ambientais. Ele retrata a realidade brasileira?

Carneiro - Nos últimos anos, os portos nacionais, em especial os públicos, estão sendo conduzidos para uma melhor integração sistêmica com o ambiente, em sua área de influência direta e, principalmente, no ajustamento com outros sistemas ambientais. Neste aspecto, os portos brasileiros estão convergindo para uma consciência ambiental e uma prática sustentável, o que se dá no médio e longo prazo. Porém, acredito que muito ainda há de ser realizado.

 

PortoGente - Quando o tema é o meio ambiente, no que o Porto de Suape erra e acerta?

Fredy Carneiro - O Porto de Suape, à luz da legislação pertinente, se destaca no ajuste e na cooperação com os órgãos fiscalizadores. Podemos citar ainda os projetos de conservação de matas e o sistema de monitoramento ambiental da área, o qual proporciona dados de marés, umidade do ar, de correntes marinhas e direção do vento, para citar alguns. Porém, o ajuste ambiental é um processo de longa duração e há implicações sócio-ambientais nas atividades humanas. O

monitoramento destas ações é que permite correção da ação. 

 

PortoGente: O senhor coordena o curso de Gestão Portuária na Faculdade Metropolitana de Recife. Há muitas disciplinas sobre a atividade portuária no Nordeste do Brasil?

Carneiro - Tenho a honra de ser o coordenador do curso de Gestão Portuária da Faculdade Metropolitana da Grande Recife, que fica em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana da Capital. De olho na expansão de Recife e Suape, muita gente de Ipojucã, Cabo de Santo Agostinho e Olinda vem nos procurar para aprender mais sobre a atividade portuária. Mas, acredite, apesar de todo o potencial de outros portos vizinhos, nosso curso é o único do tipo ofertado no Norte e Nordeste do Brasil.

 

PortoGente - Quantos alunos estão em seu curso?

Carneiro - Temos 171 alunos matriculados, sendo que as aulas começaram no 1º semestre deste ano. Recebemos a autorização do MEC [Ministério da Educação] em dezembro de 2007 e, pelo ineditismo, a procura pelo curso excede a oferta de vagas, o que mostra a carência de cadeiras do tipo aqui. Ofertamos também o curso de MBA em Logística Empresarial e lançaremos o curso de MBA em Gestão Portuária. Os professores da Metropolitana têm envolvimento formal com a atividade portuária, tanto que um deles, por exemplo, é diretor de Operações de Terminal de Contêineres (Tecon) de Suape.

 

PortoGente - No seu entender, a atividade portuária é a que tem mais potencial para gerar empregos em Pernambuco?

Carneiro - Com certeza. O sistema portuário está revestido de importância para empresas, estados e nações no mundo inteiro, visto a globalização dos mercados, a intensificação do comércio internacional e a melhoria da balança comercial. Em Pernambuco, não é diferente, tanto que Suape já concentra 70 empreendimentos, gerando emprego e renda direta e indiretamente.

 

A expectativa é que, com o equilíbrio entre investimentos e gestão ambiental, os portuários e cidadãos pernambucanos sejam beneficiados

 

PortoGente: Quais as esperanças de dias melhores para o Porto de Suape?

Carneiro - Sem dúvida, a esperança está depositada nas novas empresas, que já estão em processo de instalação, como o estaleiro Atlântico Sul, a Refinaria Abreu e Lima e os centros de distribuição da General Motors e da Volskwagen. Por esse cenário, eu destaco a atuação do governo do Estado e da Agência de Desenvolvimento. Graças a eles, a atividade portuária de Suape se tornou um grande atrativo econômico, financeiro e logístico, em função das peculiaridades de nosso porto, como acesso a mais de 160 rotas marítimas e capacidade de receber os maiores navios, além de extensa área para instalação de empreendimentos e um cuidado acima da média para com a preservação ambiental.

 

PortoGente - Não é perigoso o governo do Estado apostar as suas fichas em um só complexo?

Carneiro - Pouca gente se aprofunda nas questões pernambucanas e desconhece o que está sendo feito aqui. O que aparece na mídia e possui grande destaque são as obras e projetos para o Porto de Suape, mas ele não é o único caminho. O Distrito Industrial de Petrolina também é imprescindível para o desenvolvimento sócio-econômico de nosso Estado. Há 15 dias, onze empresas assinaram com o governador a compra de lotes para instalação de indústrias lá, gerando mais empregos ainda. E, em breve, teremos a ferrovia Transnordestina, que facilitará o escoamento de cargas.

 

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