Sábado, 27 Abril 2024

Caros leitores,

 

Hoje, vamos dar uma pequena idéia da via permanente, que constitui a linha por onde os trens trafegam.

 

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A linha por onde o trem circula é denominada de via permanente, sendo composta por diversos elementos, cada um com uma função específica. Para ilustrar este artigo, utilizaremos quadros e figuras elaboradas pelo ferroviário Telmo Giolito Porto, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, como já fizemos no tema sinalização ferroviária.

 

 

 

A via permanente é composta pelos trilhos, dormentes, lastro, sub-lastro e sub-leito, além das fixações e placas de apoio que unem os trilhos aos dormentes.

 

As barras dos trilhos têm o comprimento de 12 ou 18 metros e são unidas por meio de talas de junção ou soldadas, formando assim um trilho contínuo.

 

 

A soldagem dos trilhos pode ser feita em um estaleiro de solda no canteiro de obra ou no próprio local. Enquanto no canteiro se obtém uma melhor qualidade, existe a dificuldade do transporte das barras soldadas que atingem centenas de metros.

 

 

 

 

 

Os trilhos são assentados sobre as placas de apoio e são presos aos dormentes através das fixações que podem ser rígidas ou elásticas. Os retensores também auxiliam a manter o alinhamento dos trilhos.

 

 

 

 

 

Os dormentes usualmente são de madeira ou de concreto, os quais ficam assentados no lastro que é composto de pedra britada com uma granulometria específica. Sob o lastro, são executadas ainda duas outras camadas: a de sub-lastro e a de sub-leito, que têm função de distribuir ao solo os pesos e esforços que todo o conjunto da via permanente está submetido.

 

Em função da utilização desses diversos componentes, que devem estar sempre ajustados, a execução de uma ferrovia é onerosa e necessita de manutenção permanente para que todos os componentes possam trabalhar adequadamente.

 

Por exemplo, se em uma rodovia ocorrer um pequeno recalque devido a problema de adensamento de solo, o conjunto do pavimento acompanha esse recalque formando uma depressão e o rodado do caminhão também acompanha a nova conformação da pista de rolamento. Na ferrovia, esse pequeno recalque provocaria um descarrilamento, pois todo o conjunto desde os trilhos, fixações e dormentes ficariam desalinhados e deixariam de guiar as rodas do trem.

 

 

 

 

 

Em função dessas características, acrescidas da pequena inclinação longitudinal, rampa até 1%, e de raios amplos, maiores que 500 metros, que os trens longos e pesados necessitam, o custo de implantação de uma ferrovia (trens de carga com locomotivas diesel) é em média de 4 a 5 vezes o de uma rodovia de pista simples. Entretanto deve-se lembrar que o custo operacional de uma ferrovia moderna é da ordem US$ 20,00/1.000 tku (tonelada x quilometro útil), enquanto o da rodovia supera os US$ 35,00/1.000 tku.

 

 

Referências bibliográficas

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos - 2005.

www.poli.usp.br/d/ptr2501

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